quinta-feira, 30 de maio de 2013



Educação de valores na escola

Ao estudar a história da educação em um contexto maior, tanto no Brasil quanto em outras localidades, grupos sociais e outras civilizações ao redor do mundo. Percebe-se que a educação iniciou-se de maneira informal, pessoas mais experientes, estudiosos e intelectuais, os pais e alguns séculos depois a igreja e os sacerdotes assumiam o papel do ensino, eram responsáveis pela educação das crianças, adolescentes e jovens.
A educação dava-se por reprodução e assimilação por parte dos educandos. Aprendiam seus costumes, crenças, valores, conhecimento da escrita, leitura, matemática e religião, que lhes eram transmitidos até então em suas próprias casas, em palácios, castelos e mosteiros.
Com o surgimento das instituições de ensino, as escolas passaram a assumir a total responsabilidade no sentido de educar e formar cidadãos para a sociedade. [...] a escola precisa assumir seu papel social e individual na formação de seus alunos e de seus docentes: é uma ação social. (BARTOLOMÉ, 2005, p. 01)
A escola passou a ser escolhida pelas famílias como o órgão máximo para que seus filhos pudessem adquirir os conhecimentos científicos e filosóficos, com o objetivo maior de despertarem para uma profissão e se tornarem pessoas sucedidas.
No início o que se esperava da escola era a transmissão de conhecimentos e o repasse de valores e ideologias do estado e da sociedade atual. Deveriam educar seus alunos para terem acesso às tecnologias e ao desenvolvimento urgente e acelerado do mundo globalizado. Como para Pilleti (2001, p. 10).onde a educação existe na escola e fora dela.

as duas formas de educação coexistem na escola e fora dela. E para que a própria educação escolar se torne mais eficaz, é necessário que professores e alunos tomem consciência do grande alcance dos processos informais da educação, que são permanentes na escola, e que os levem em consideração ao desenvolverem suas atividades, buscando a coerência entre o dizer e o fazer, entre o pensar e o agir, entre o sentir e falar.

Mas afinal o que é a escola e para que ela serve? O que devemos ensinar nela? Que papel ela desempenha na sociedade e na vida de seus alunos?
A escola é como um espaço de construção e reflexão de experiências importantes para a vida social do homem que contribuirão para o desenvolvimento de um indivíduo, nos aspectos afetivos, sociais, filosóficos e científicos visando à preparação do mesmo para a construção de sua cidadania.
Augusto Cury (2003, p.155) já acredita que a escola deve educar seus filhos para a vida, extraindo da fraqueza a força, do desespero a esperança, das lágrimas o sorriso e dos fracassos a sabedoria.

A escola dos meus sonhos une a serenidade de um executivo a alegria de um palhaço, a força da lógica a singeleza do amor. Na escola dos meus sonhos cada criança é uma jóia única no teatro da existência, mais importante que todo o dinheiro do mundo.

A escola é uma instituição especialista em criar elos entre as gerações, os conhecimentos passados por ela, são originários de estudos anteriores, ou seja, as gerações produzem conhecimento que vão sendo repassados e aprimorados de geração em geração, tendo como meio de comunicação científica entre estas gerações as instituições de ensino assim como as escolas e as universidades. É um local aonde as crianças chegam com o objetivo de aprimorarem os seus conhecimentos e terem acesso a outros, como ler, escrever, fazer contas e experimentar as ciências físicas, químicas, biológicas e filosóficas, ajudando os alunos a despertarem em si mesmos, um interesse pela busca de novos conhecimentos, incentivando-os a continuarem a busca por novas ciências e novas descobertas, mesmo após terem cumprido os níveis de ensino básico almejando alcançarem as universidades e as especializações nas áreas em que eles obtiverem o desenvolvimento de suas aptidões e as que mais lhe chamarem atenção. Segundo Aurélio (2001, p. 281) a escola é um estabelecimento que pode ser público ou privado, local originalmente pensado para a ministração de um ensino coletivo.
Mas para que isso aconteça a escola deve preocupar-se em transmitir o conhecimento de forma atraente, objetivando a conquista do interesse pleno de seus alunos pelos conteúdos ministrados. É necessário humanizar aquilo que se ensina nas escolas, ou seja, dar vida ao conhecimento transmitido. Fazer com que os alunos estabeleçam a relação daquilo que aprendem com aquilo que necessitam para viver melhor e contribuir para com o desenvolvimento da sociedade.

A educação clássica comete outro grande erro. Ela se esforça para transmitir o conhecimento em sala de aula, mas raramente comenta sobre a vida do produtor do conhecimento. As informações sobre química, física, matemática, línguas deveriam ter um rosto, uma identidade. (CURY, 2003, p.135)

Para que a escola consiga humanizar os conteúdos que se propõe a ensinar, é necessário dar vida ao conhecimento, fazê-lo assumir um caráter prático e importante para o desenvolvimento do aluno e é este aluno que precisa perceber que o que ele aprende na escola lhe trará bons frutos.
A educação escolar não pode se restringir apenas a transmitir conhecimentos visando o aluno como mero receptor, mas deve se propor a exercer um ensino que busque a formação geral do homem, educando-o para a ciência e para a vida. Fazendo através da educação escolar e das relações interpessoais que ocorrem no seio das instituições, um perfeito laboratório para o ensino de valores como direitos e deveres, cidadania, ética, ética na política e na vida publica, autonomia, capacidade de convivência, diálogo, dignidade da pessoa humana, igualdade de direitos, justiça, participação social, respeito mutuo, solidariedade, tolerância, entre outros.

O aluno é antes de tudo, um projeto de vida, nunca um mero receptor. E a escola precisa lhe oferecer uma metodologia educativa eficaz, que atenda cuidadosamente a atividade pessoal do aluno, deixando que ele estabeleça relações e deduza novos conhecimentos. (IZQUIERDO, 2001, p. 260)

Diante da necessidade tão urgente na recuperação desses valores citados no parágrafo anterior, a escola representa um papel determinante. Pois nela os alunos interagem uns com os outros, colocando a prova cada um, a educação que primeiramente receberam em casa e os juízos de valor que eles já possuem quando chegam à escola e ainda entram em contato com outros tantos valores que lhes serão ensinados no decorrer do ano e de sua vida escolar. Na convivência com outros indivíduos, na mesma faixa etária de idade, há uma troca de experiência e até mesmo alguns conflitos como: a necessidade da atenção dos professores, a disputa para saberem quem é o mais inteligente, as brigas por um brinquedo, mordidas na fase oral das crianças na educação infantil, a corrida pelo colo da tia, uma cola na hora da prova, brigas em sala ou no recreio, o primeiro beijo, a primeira decepção amorosa, a discriminação, o preconceito entre os alunos, dentre outras, várias relações que acontecem na escola. E passa-se a ter a certeza de que eles aprenderam e abstraíram o valor, quando se observa a mudança em seu comportamento.
Não se transmitem valores nem se formam juízos de valor com situações abstratas, esses comportamentos são ensinados e abstraídos diante de vivências e práticas que nos levem a ter experiências e crescimento com elas. A escola tem hoje o ideal de ensino-aprendizagem como troca de saberes, ninguém é detentor absoluto do conhecimento, as relações ensinam e ajudam a desenvolver a identidade, a pessoa que se quer ser, o equilíbrio emocional que se quer ter e a maneira como se comportarão na fase adulta. É um trabalho semelhante aos das formigas que labutam no verão e desfrutam no inverno daquilo que conseguiram armazenar, a única diferença é que na educação não espera-se o inverno chegar para desfrutar daquilo que se conquistou, pois as mudanças e os frutos da maturidade e do crescimento são, usufruídos a cada dia, a cada escolha, a cada nova experiência.

A educação não é, pois, um lugar de preparação para vida futura, mas é, em si mesma um lugar de vida que será preciso projetar a fim de que se manifestem as experiências que os alunos já têm e se possibilitem outras novas. (BELTRÁN, 2003, p. 54).

Todos estes fatores apontam ainda mais para a responsabilidade da escola na formação moral do indivíduo, pois ela faz parte de uma sociedade, que se encontra ligada aos conflitos e necessidades da mesma e por tanto deve ter como uma de suas metas, a criação de artifícios e metodologias que fomentem discussões e debates visando resultados de melhorias para a comunidade. Questões como violência, discriminação, meio ambiente, diferenças sociais. Nesse momento é que fica mais evidente a importância da educação de valores que deve ser desenvolvida na escola. [...] Uma educação racional que preserve no homem a faculdade de querer, de pensar, de idealizar, de esperar. (GUSSINYER, 2003, p. 39)
E se a escola deixa de cumprir seu papel de educadora em valores, os alunos estarão limitados apenas ao convívio familiar, com pessoas que estabelecem seus próprios valores e conceitos morais e permanecem ali fechados sem muito interesse em interagir com o outro e aprender com ele, à medida que estar em uma escola e ser educado por ela pode ser uma experiência rica, em se tratando de vivencias pessoais, mas pode estar também carregada de desvio de postura, atitude de comportamentos ou condutas. E mais: quando os valores não são bem formais ou sistematicamente ensinados, podem ser encarados pelos educandos, principalmente por aqueles que não os vivenciam como simples conceitos ideais ou abstratos sejam por simulações de práticas sociais ou vivenciadas no cotidiano. Existem “filhos” de famílias totalmente desestruturadas, destruídas por inúmeros fatores, que necessitam de referenciais, pois o jovem enfrenta hoje uma falta de referência. O mundo está direcionado a uma educação que precisa ser conseqüente, precisa constituir um cidadão que realmente contribua com liberdade e ação, autonomia de decisão, de forma crítica e consciente na sociedade em que vivemos. Para que ele assuma essa postura ele precisa ser ensinado ao exercício dela.

O ensino científico e racional dissolvera a massa popular para fazer de cada mulher e de cada homem um ser consciente, responsável e ativo, que determinara sua vontade por seu juízo, assessorado por seu próprio conhecimento. (GUSSINYER, 2003, p. 39).
                                                                                               Fonte desconhecida
                                                                                                 Marluce Muniz
                                                                                                  Miguel Santana
 
 
 

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